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Destaques

Não há nada como...

Mamãe Bennet - Parte 2



Como era escandalosa essa mulher...hahaha 

Mas vamos fazer aqui um apanhado interessante de suas atitudes.

Existem muitas mães nesse mundo que são tão motivadas a verem seus filhos bem e "felizes" que não se dão conta de como podem entristecê-los com suas atitudes, destemidas e irrefutáveis, bem planejadas e postas a eles como obrigatórias.
   Tá pareceu mesmo que eu só poderia fazer uma crítica dessa sendo mãe - o que eu não sou. Porém se houver controvérsia ou não, o fato é que existe sim!

Mrs. Bennet vive bem, ela não poderia dizer que é rica mas suas condições permitiam que ela fizesse o que lhe desse vontade. As belas batatas cozidas vistas no filme (2005), uma carruagem, roupa (de tecidos de qualidade) lavada, casa limpa... ela tinha quem fizesse isso por ela. Provavelmente a única coisa que lhe deixava triste era saber que suas cinco filhas não teriam essa garantia (aquela lei absurda da época que citei no post anterior). Isso a atordoava e no livro é nítido como ela ficava estressada e sem reações quando algum plano de casar uma das filhas dava errado. Seus "pobres nervos" como ela chamava, não aguentavam pensar que a vida de suas meninas, e a dela também, cairia em desgraça caso o Mr. Bennet morresse.
Então o que ela mais queria na vida era: obter cinco suficientemente bons casamentos para elas, ou pelo menos um estrondosamente bom para que houvesse esperança para as outras quatro.

Cena da Minissérie "Orgulho e Preconceito" - 1996

É aí que entramos no ponto central desta senhora interessantíssima: ela não se importou nem um pouco em passar por cima de qualquer valor ou ideal para focar na sua meta. Vejamos alguns pontos principais,

1. Numa sociedade onde um olhar diferente era julgado pecado (Leia 'Emma' que você vai me entender), a matriarca da família amava expor as filhas á mercê do julgamento das pessoas, com comentários fúteis, aleatórios e muito mal educados, que ela (somente) achava importante expor.
2. Os elogios e "carinho" dado às meninas não era bem esse que você está pensando. Era mais algo como " Oh, Jane, definitivamente você é muito linda minha filha, um homem rico certamente você conseguirá fácil!", "Lydia, compre este tecido agora mesmo, neste tom, você vai chamar a atenção dos oficiais mais ainda!", "Você vai visitar esta moça rica sim, sem problemas, mas você vai a cavalo na chuva, assim você fica por lá mesmo, doente, por um tempo, para que talvez possa encontrar um rapaz com muito dinheiro enquanto está lá; divirta-se minha querida!".
3. Com o marido da mesma forma. Era sempre aos gritos e ordenando que ele visitasse e cumprimentasse qualquer homem jovem solteiro que aparecesse na região, para apresentar suas moças, é claro.

Cena de Orgulho e Preconceito - 2005

Não é que ela fizesse isso por pura maldade, na verdade a senhora Bennet só tinha uma vontade "nobre", mas que não a tornava realidade do jeito certo.
Algumas meninas viam isso perfeitamente nela (como Jane) e estavam conformadas com isso, outras (como Lydia) somente suguiam o que a mãe dizia e realmente acreditavam junto em tudo que ela fantasiava. Elisabeth nunca gostou do jeito da mãe, porque queria conversar sobre outros assuntos que não fossem sobre casamentos (e quem melhor confidente que uma mãe, não?). Percebemos no livro que seu temperamento e senso de humor lhe fazem ser mais próxima do pai.

De fato tem momentos que só queremos que a mamãe Bennet vá tomar um chá de camomila! - experiência própria. Mas não podemos deixar de admitir que para o livro ela foi peça crucial em grande parte dos acontecimentos, em como certos constrangimentos levaram a outros desfechos. Austen faz um trabalho belíssimo construindo essa personagem e nos arrancando expressões de surpresa, agonia, risada...stress...

Bom lindinhos, espero que tenham ficado mais curiosos sobre essa icônica mãe e sobre a relação dela com os outros personagens...

bjããão, até a parte 3.
Tenham um dia Maravilhoso.

Luana Ferreira

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